Prototipar é preciso

Christian Santos
3 min readMar 17, 2021

Nessa história de voltar a empreender, comecei a buscar livros sobre o assunto, pois acreditava que essa seria uma forma de começar.

Nisso eu acertei. Bom, eu errei muitas vezes e muitas vezes pensei estar certo sobre coisas que posteriormente percebi que não estava. Mas, ao menos nesse parágrafo, tenho que ser enfático que acertei aoter buscado conhecimento antes de mandar tudo para a puta que pariu e começar a empreender.

Eu ainda tinha meu emprego, não pensava em pedir demissão e nem imaginava que acabaria sendo demitido no ano seguinte.

Eu havia viajado a Nova York em 2013, emendando uma semana de férias após ter trabalhado por duas semanas na sede da empresa na Carolina do Sul. Tinha montado todo um roteiro de palestras que queria assistir, participando de diversos eventos relacionados ao ecossistema de startups novaiorquino.

Nessa época, a única ideia de negócio que estava em andamento com meus amigos era a ideia da plataforma de EAD focada em treinamentos relacionados a análise de dados, processos de negócios, consultoria e auditoria de sistemas.

Eu estava lendo o livro A startup enxuta, do Eric Ries, e começava a perceber naqueles eventos que aquela ideia de prototipagem não era apenas uma história contada em um livro.

Aquelas ideias de começar pequeno, gastando menos, desenvolvendo menos funcionalidades, vendendo um produto ainda que incompleto ou não produzido ainda, começavam a fazer todo sentido.

Muitas daquelas pessoas que estavam apresentando um pitch de seu negócio ou simplesmente participando de um evento para fazer networking, tinham algo em comum. Começaram seus negócios criando um protótipo, testaram e validaram suas ideias indo direto para o mercado, coletando feedback do cliente real, adaptando seu protótipo ao longo do tempo.

Mas afinal de contas, o que é um protótipo?

Um protótipo não é algo do outro mundo. Um protótipo pode ser criado até mesmo com papelão, caso sua ideia seja, sei lá, um produto físico.

O protótipo é um produto que ainda está em fase de testes, digamos assim. Não é a versão final daquilo que você quer criar. Não possui todas as funcionalidades que você imaginou. É simples, é funcional.

Se sua ideia de negócio precisa ser viabilizada através da criação de um site ou sistema, saiba que talvez você não precise ter todas as funcionalidades desejadas implementadas para começar a vender sua ideia, ou melhor, o seu produto.

A ideia é que você possa colher feedback com um produto mínimo, para que então você possa concentrar seu tempo e dinheiro na construção de um produto que atenda as necessidades do consumidor final.

Observe que, por mais fantástica que seja sua ideia, é muito provável que ela não se encaixe perfeitamente naquilo que seus clientes precisam. Você precisará adaptá-la, melhorá-la ao longo do tempo. E será muito mais fácil fazer isso interagindo com o seu cliente real, aquele que verdadeiramente decidiu tirar o dinheiro do bolso dele e pagar por seu produto.

Agora imagine se, por ventura, você passar meses desenvolvendo uma funcionalidade ou característica para o seu produto, a qual você julgou ser importante em dado momento, mas descobre posteriormente que aquilo não gera valor para o cliente e não contribui em nada para o sucesso do seu produto. O que acontece então? Você certamente perde tempo e dinheiro.

A ideia de prototipar é justamente nos permitir descobrir essas coisas bem antes de gastarmos rios de dinheiro desenvolvendo funcionalidades ou produtos que ninguém quer.

Da próxima vez que alguém te disser que construir algo é difícil, experimente perguntar “e se começarmos construindo um protótipo?”

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